INTELIGÊNCIA COLETIVA: COLABORATIVA OU NÃO?
O autor Henry Jenkins, no primeiro capítulo do seu livro Cultura da Convergência, ilustrou o fenômeno da inteligência coletiva através de exemplos de alguns seriados que provocaram nos fãs um instinto investigativo para saber o que ainda iria acontecer.
Usou como exemplo Survivor, Twin Peaks, Big Brother e brevemente The Mole. Porém, deu maior ênfase a Survivor, o reality show que possui um dos maiores índices de audiência da televisão americana. Cada temporada se passa em um local diferente.
Saber quem é o vencedor é um dos maiores segredos da televisão. Os fãs se unem em fóruns para descobrir tais segredos, estando um passo a frente de outros telespectadores. Cada um com sua habilidade e perspicácia, eles desvendam as locações, a ordem de eliminação e até detalhes como qual será o alimento exótico que eles terão de comer. Tanto esses fãs quanto as informações descobertas são chamados de spoilers.
O participante que mais gerou discussões nos fóruns foi ChillOne que, durante a temporada 6 (The Amazon), passava férias na Amazônia quando descobriu alguns furos. Ao passar as informações, foi acusado por alguns de ser Mark Burnett (produtor executivo) infiltrado, mas por outros, o melhor spoiler de todos os tempos.
Perante todas as informações, o autor acredita que o que consolida o fenômeno não é a posse do conhecimento, mas o processo social da aquisição de tal conhecimento.