A PULVERIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES: MÍDIA ALTERNATIVA VERSUS MÍDIA COMERCIAL
- Geovana Oliveira
- 10 de mar. de 2015
- 2 min de leitura

O livro de Henry Jenkins, “Cultura da Convergência”, tem um capítulo intitulado "Photoshop pela Democracia". Ele se inicia com uma descrição de um vídeo que se tornou um viral na internet, no qual uma figura pública (o presidente W. Bush) é ironizada. Para a criação desse vídeo, a True Majority Action manipulou imagens carregadas de discursos com os quais o público tinha familiaridade.
O autor do texto apresenta uma estatística que traz informações sobre como as pessoas recebiam notícias das campanhas políticas, geralmente pela TV e/ou rádio. Em 2004 houve uma mudança e boa parte do público passou a receber as notícias pelos programas de humor na internet.
O autor cita características do ambiente midiático para justificar a feitura e o alcance de determinados conteúdos (vídeos, imagens, documentos e outros) e a velocidade de partilhamento de informações. Como justificativa ele aponta para a junção de indivíduos em grupos com interesses afins, dentro destes grupos há outros a eles ligados que concebem ideias individualmente ou coletivamente (inteligência coletiva) e conseguem que outros adotem tais ideias, ganhando tamanha proporção ao ponto delas serem impulsionadas até alcançarem a mídia comercial para chegarem a indivíduos e grupos que outrora não seriam atingidos.
Na internet as informações são distribuídas democraticamente, pois são criadas e distribuídas em uma lógica "todos-todos", o problema dessa lógica é a multiplicidade de informações pulverizadas sem um encadeamento, fazendo com muitos indivíduos que não tem familiaridade com certos temas nunca o tenham, exceto, no que tange aos conteúdos virais.
Nesse aspecto a mídia de massa por ter um atributo que o autor cita no texto como sendo push media, sobrepuja a média alternativa, porque esse atributo significa dizer que as mensagens vão ao público independente da procura. Houve uma transformação estrutural na forma de produção da cultura, mudaram-se alguns atores e reorganizaram a produção, a massa já não é simplesmente o consumidor, pois passou a produzir.
Pode-se dizer que as pessoas começaram a ter maior participação quando se deram conta da utilização das plataformas on-line e de determinados "software sociais" para o alcance de visibilidade e a democratização de informações e a consecutiva criação de diálogos entre a cultura de massa e a política.